Sejam bem-vindos!

Amigos,
Duas vezes por mês deixarei um pequeno artigo sobre coisas que a tradição, a sabedoria popular, a imprensa, as frases prontas e os clichês nos fizeram acreditar!
Os textos anteriores ficarão em três pastas: "Vamos aos Fatos", "Deixe o Cara" e "Atualidades". Sugiro ler os artigos a partir do primeiro; e à noite tem mais clima!
A intenção é lançar o tema para discussão. E a discussão pode ficar bastante interessante. A vantagem é que daí, pessoalmente não precisaremos falar nada sério. Espero que gostem, comentem sobre o tema, curtam, acrescentem, discordem, expliquem melhor, coloquem reflexões, frases... e indiquem aos amigos para que façamos um grupo aberto pensante.
PENSAR MAIS, ACREDITAR MENOS!
Divirtam-se, Carlos Nigro

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Parte 1: Raças Humanas


Entrevista exclusiva com os maiores especialistas e defensores do racialismo no Brasil.





Blog: Você é racista?

Racialista: Não, sou racialista.


BQual é a diferença?

R: Racista é aquele que defende privilégios para brancos e não gosta de negros e índios. Racialista é aquele que defende privilégios para negros e índios.


BO racialista gosta dos brancos?

R: Temos forte desconfiança dos brancos. “Ser branco, na sociedade brasileira, implica ter privilégios em detrimento dos direitos dos negros em geral”. - ministra-chefe da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Luiza Bairros, no programa “Bom dia, Ministro” (11/06/2011).


BA pessoa simplesmente por ter pele branca retira direitos da pessoa negra?

R: Sim.


BPor isso o ser negro deve combater o privilégio do ser branco?

R: Não foi isso que eu disse.

Carta Constitucional; inciso 42 do Artigo 5º;
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei.
A Lei, no caso, é a 7.716, de 1989, que teve dois artigos alterados pela 9.459, de 1997. O Artigo 20 proíbe:
“Praticar, induzir ou
incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.”


BQuais são os privilégios que o ser branco tem?

R: O ser branco tem dinheiro!


B50% dos brasileiros são brancos. Mas a grande maioria é pobre. Qual o privilégio que o branco pobre tem sobre o negro pobre?

R: É difícil de explicar.


BEntendo. Por isso a adoção de leis raciais, corrijo, racialistas no Brasil?

R: Sim.


BDesta forma não ocorrerá o contrário? O negro pobre terá privilégios sobre o branco pobre?

R: Sim, para compensar o privilégio de ser branco.


BQual é mesmo este privilégio?

R: É difícil de dizer.


BMas a genética provou que NÃO EXISTEM RAÇAS na espécie humana. (1)

R: O que queremos dizer é: pessoas negras, de origem africana.


BOs genes que determinam a cor da pele de uma pessoa são uma parcela ínfima do conjunto (assim como são os genes que definem cabelo, formato do nariz, cor dos olhos...). (2) Pode haver mais variação genética entre pessoas de uma mesma cor do que entre indivíduos de cores diferentes.

R: Mas não podemos negar que a genética define se uma pessoa é negra ou branca.


BDesculpe, mas podemos e devemos negar sim. Gêmeos bivitelinos podem ter cores diferentes. (ver fotos acima e abaixo)

R: O que queremos dizer é que os negros são mais africanos, os brancos são mais europeus, os índios são do Brasil mesmo, certo?


BNão quero ser indelicado, mas errado. A genética provou que, no Brasil, não faz sentido considerar que pessoas de pele branca têm origem europeia e pessoas de pele negra, africanas. A ancestralidade dos brasileiros é relativamente uniforme. (3)



Foto Luis Alvarenga/Ag. O Globo








R: Negros são negros. Brancos são brancos.


BMesmo não existindo raças e, geneticamente, uma pessoa de pele branca poder ser mais parecida com uma de pele negra do que com uma de pele branca, vocês gostam de enfatizar NEGROS e BRANCOS.

R: É para melhor classificar as pessoas e enfatizar que a maioria negra é discriminada pela minoria branca.


BO Brasil tem, segundo o censo 2010, 6,3% de pessoas com pele negra, 43,2% são mestiços, 49,9% brancos, índios são 0,4% e amarelos são 0,5%.
Vocês consideram os mestiços como negros?

R: Sim, é claro.


BPor que um mestiço, com descendentes brancos e negros, é negro e não branco?

R: Porque basta ter uma gota de sangue negro para ser negro - negra é a raça que predomina.


BAh! sim. Vocês adotam o mesmo critério que os brancos do extinto apartheid da África do Sul usavam. (4)

R: Deixe eu te expicar melhor. A miscigenação no Brasil ocorreu porque as mulheres negras sempre foram estupradas por homens brancos; logo os mestiços são negros.


B“Cinco ou dez por cento de mestiços no Brasil talvez pudessem justificar a imposição do branco somente pela violência e pelo estupro durante a escravidão (até o séc. XIX). Mais de 40% de mestiços e 90% dos brasileiros com ancestralidade europeia sugerem um forte impulso para integração e miscigenação- Ali Kamel. (5)

Somos uma sociedade que se desenvolveu menos pela consciência de raça...- Gilberto Freyre. (6)

A influência do negro penetrava sinuosamente o recesso doméstico, agindo como dissolvente de qualquer ideia de separação de castas ou raças, de qualquer disciplina fundada em tal separação- Sérgio Buarque de Holanda. (7) É a relação - muito presente no Brasil (até atualmente) - de carinho, às vezes de amizade, entre patrão e empregados (principalmente nas casas e fazendas).

R: Quero explicar melhor. “É a condição social que determina a classificação de negro e branco”; porque a condição social dele é devido ao preconceito por causa da cor da pele, entendeu?


BEntendi. O negro ou o mestiço que tem dinheiro, que não sofreu ou venceu o preconceito não é um negro autêntico. Os que são pobres, são pobres por causa do preconceito e, por isso são negros; é isso?

R: Mais ou menos.


BComo definir quem é branco e quem é negro numa sociedade, como vimos, miscigenada como a brasileira?

RA própria pessoa define se é negra ou branca. (Critério utilizado no Censo e nas inscrições para as faculdades que tem cotas).


BMas a pessoa pode se auto-proclamar negra para receber os benefícios das cotas. (8)

R: Para resolver este problema criamos o TRIBUNAL RACIAL (na Universidade de Brasília) - logo criaremos outros por todo o Brasil. Nele, os "juízes", diante de fotografias dos candidatos, dão a sentença: este é negro, este é branco.


BO Estado define a cor, “a raça”, de cada pessoa?

R: Sim. (9)


BMas este “tribunal racial” sentenciou, num caso de jóvens gêmeos idênticos (univitelinos) candidatos à Universidade de Brasília, que um era negro e outro branco.







R: Ainda estamos no começo, ainda há muito o que fazer. Os juízes do tribunal precisam de mais treinamento.


BMas foi a mesma comissão de juízes analisando as fotos. (10)

R: Vou te explicar melhor. Não é tão simples como você pensa definir quem é negro. Ser negro é mais que uma questão de pele.


BSim, concordo, é difícil.
Mas não entendi a sua frase: “ser negro é mais que uma questão de pele”. Como assim?

R: O TRIBUNAL RACIAL entrevista o candidato a negro. Avaliaremos se ele tem consciência negra, atitudes de negro (11) e se disser que já foi vítima de preconceito racial, melhor.


BPor isso vocês inventaram o “dia da consciência negra”? (feriado em diversas cidades do Brasil, inclusive São Paulo)

R: Sim. Para o negro aprender a ter consciência de que é negro e para o branco ter consciência de que não é negro; para despertar o sentimento de raça (em ambos); para despertar um sofrimento histórico causado pelos brancos que escravizaram negros 120 anos atrás; para pertencer a um grupo (dos negros bons ou dos brancos maus); para dar um sentido à sua vida; para aprender a se portar como um negro; para aprender a raciocinar como um negro e para receber os benefícios e privilégios estatais por ser negro. Nós e muitas ONGs do Brasil e internacionais com apoio da ONU trabalhamos para isso. (12)


BQuem são, exatamente, os alvos desta campanha estatal?

R: SÃO OS NEGROS que vivem suas vidas como se nada disso tivesse ocorrido, que convivem com brancos como se fossem iguais e sem o menor ressentimento, que estudam e trabalham sem exigir compensações e benefícios do Estado, que não se apóiam nas ONGs e nos grupos negros para progredir, que não sabem que as dificuldades que enfrentam durante a vida são por causa dos preconceitos e da discriminação.


BSão estes que vocês chamam de “negros de alma branca”? (13)

R: Sim, negros sem consciência negra e sem atitude negra. (14)


BEntendi. A pessoa que nasce mestiça ou negra está obrigada a defender esta pauta, com um conteúdo e escolhas ideológicas feitas. Se não defender a pauta negra o classificamos como um negro sem consciência e sem atitude e, por isso, menos negro (“alma branca”), logo com menos direito às cotas raciais, por exemplo; porque daí ele estaria do outro lado - dos brancos (“que tiram direitos dos negros”), certo?

R: Perfeito - até eu entendi melhor.


BQual é a vantagem para a pessoa de pele negra ter consciência e atitudes de negro?

R: Isso se chama "consciência social"!


BÉ óbvio que a consciencia racial não visa beneficiar as pessoas, mas apenas os chefes das ONGs raciais e políticos que dependem do racismo para ganharem dinheiro e poder.

RLutamos por "responsabilidade social"!


BInteressante. Os racistas elogiam alguns “negros” com esta expressão - “negro de alma branca” - e vocês, racialistas, depreciam alguns negros com a mesma expressão.

R: Não nos compare aos racistas.


BExistem “brancos de alma negra”?

R: Não.


BE se o branco defender a pauta dos movimentos negros?

R: Ele continuará sendo branco. Ele que pense e aja como quiser, não temos nada com isso.


BOs negros devem pensar (consciência negra) e agir (atitudes) de acordo com seus representantes raciais.

R: Certo.


BLiberdade para pensar e agir como indivíduo autônomo é coisa para brancos. O negro já nasce escravo desta causa. (15)

R: Não concordo com a palavra escravo. A liberdade do negro é seguir a pauta que já escolhemos para o próprio bem dele.


Ideia Central:
Só existe ESPÉCIE HUMANA.
Raças humanas NÃO existem.
Raça é um conceito ideológico.



Na 2a parte da entrevista entenderemos mais sobre a dívida histórica que os brancos tem com os negros.
Ei?! Você acredita mesmo nisso?!?



Notas:

(1)
Não existem raças na espécie humana. Raça é um conceito que mistura elementos de anatomia, de antropologia física, de genética, de etnologia, de geografia humana, de política e até de religião - História da Idéia de Raça (1933), livro de Eric Voegelin, apreendido pela Gestapo para que as pessoas continuassem enfeitiçadas pelo racismo.
A eficácia do termo na propaganda nazista e socialista depende precisamente de que esses elementos permaneçam mesclados e indistintos, formando uma síntese confusa capaz de evocar um sentimento de preconceito e de identidade grupal para fins ideológicos.

(2)
É como afirmar que existem a raça das ruivas, dos baixinhos ou a raça dos “loiros de olhos azuis”.

(3)
Como não existem raças humanas, para analisar o genoma os geneticistas consideram um conjunto de 40 variantes de DNA, os chamados indels (sigla de “inserção e deleção”) - são exatamente o que o nome sugere: pequenos trechos de “letras” químicas do genoma que às vezes sobram ou faltam no DNA. Cada região do planeta tem seu próprio conjunto de indels na população - alguns são típicos da África, outros da Europa. Dependendo da combinação deles no genoma de um indivíduo, é possível estimar a proporção de seus ancestrais que vieram de cada continente - genes europeus são brancos; genes africanos - os mais antigos, origem dos outros - são negros; orientais são amarelos e os do novo mundo (Américas e Austrália) são vermelhos (índios). Mais Aqui
De Belém (PA) a Porto Alegre, a ascendência europeia nunca é inferior, em média, a 60%, nem ultrapassa os 80%. Há doses mais ou menos generosas de sangue africano, enquanto a menor contribuição é a indígena, só ultrapassando os 10% na região Norte do Brasil.
Sérgio Danilo Pena, da UFMG, estudou moradores das capitais paraense e gaúcha, de Ilhéus (BA) e Fortaleza (compondo a amostra nordestina), Rio de Janeiro (correspondendo ao Sudeste) e Joinville (segunda amostra da região Sul). Ao todo, foram 934 pessoas. A comparação completa entre brancos, pardos e pretos (categorias de autoidentificação consagradas nos censos do IBGE) só não foi possível no Ceará, onde não havia pretos na amostra, e em Santa Catarina, onde só havia pretos, frequentadores de um centro comunitário ligado ao movimento negro.

Outros exemplos:


Daryan Dornelles

Fabiano Accorsi

Fabio Motta/AE


Alexandre Durao/Ag. O Globo



Evelson de Freitas/Folha Imagem




(4)
Na África do Sul, o critério era que para ser branco era preciso ser 100% branco - Uma Gota de Sangue, de Demétrio Magnoli.

(5)
Não somos racistas, de Ali Kamel.

(6)
Casa Grande & Senzala, Gilberto Freyre.


(7) 
Raízes do Brasil, de Sérgio Buarque de Holanda.


(8)
Uma pesquisa de geneticistas da Universidade Federal de Minas Gerais concluiu que 60% dos brasileiros que se declaram brancos têm ascendência indígena ou africana. Cientistas brasileiros encontraram em São Paulo indivíduos de fenótipo negro sem marcas genéticas africanas. Encontraram também o inverso.


(9)
Com a adoção dos Tribunais Raciais o Estado brasileiro admite que é um dever do Estado e de seus burocratas definir a raça de cada pessoa.
Para muitas pessoas “progressistas” também é dever do Estado definir quem é e quem não é ser-humano (Veja em Aborto).

(10)
Veja mais em:
http://academico.direito-rio.fgv.br/ccmw/images/e/e7/TDC_Aula_1_texto_6.pdf

(11)
Nos EEUU e agora sendo implementado no Brasil, o negro estudioso (mérito, competição) ou que fale português correto tem atitudes de branco. É preciso usar roupas, gesticulações e gírias de negros. Negro de sucesso é esportista ou artista. Para os racialistas, sucesso nos estudos ou em empresas é coisa de brancos. As ONGs e os noticiários estimulam esta ideia noticiando as atividades esportivas e as bandas de latas como ações afirmativas e de cidadania. Negro com sucesso nos estudos ou no trabalho não é notícia, exceto se tiver conseguido por meio das cotas.


(12)

O intelectual de "esquerda" a-do-ra a palavra "crítica", desde que não seja jamais criticado. Para ele, somente aqueles que foram devidamente doutrinados nas idéias esquerdistas são indivíduos "conscientes" e "críticos". Ocorre que a peculiaridade de pessoas que pensam assim é exatamente a completa incapacidade de raciocinar criticamente, isto é, de pensar por si mesmas, articular argumentos e formar juízos objetivos e imparciais sobre a realidade. Por isso o "Consciente crítico" NUNCA aceita trocar ideias com alguém que discorde de suas ideias. Consciente quer dizer inconsciente e crítico significa acrítico.

(13)

Machado de Assis (1839-1908), o maior escritor brasileiro de todos os tempos, é considerado por muitos um “negro de alma branca”. O jornalista Heraldo Pereira foi acusado de ser “negro de alma branca” pelo jornalista Paulo Henrique Amorim por não defender a pauta negra.

Interessante notar que, racistas e racialistas concordam que o talento e o sucesso pessoal no mundo intelectual são características de pessoas brancas.



(14)
Tentar explicar as diferenças intelectuais, de temperamento ou de reações emocionais pelas diferenças raciais é não apenas estúpido e imbecil como perigoso; corre-se o risco de atiçar artificialmente uma animosidade inter-racial que não existe no Brasil.

(15)
Indivíduos singulares tornam-se representantes de “raças”, ensinando a milhões de jovens a terrível lição de que seus direitos constitucionais estão subordinados a uma cláusula racial.







Geneticamente, não é possível conceituar raças. Pela aparência não é possível conceituar raças. Raça é um conceito que faz parte de uma ideologia?
SIM
NÃO (escreva por quê, mesmo de forma anônima, nos comentários)

3 comentários:

  1. Alguns amigos me perguntaram:
    "Mas quem vc entrevistou?"

    Entrevista foi o formato que escolhi para expor os argumentos que coletei das pessoas públicas ou não que são pró e contra leis raciais.

    Se vc tiver outro argumento pró ou contra deixe escrito aqui.

    abs

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  2. Raças não tinham conceito biológico como hoje, mas cultural ou religioso. Até o séc. XVIII não existia a ideia de raça por traços anatômicos. O racismo biológico é uma invenção do Iluminismo, da ciência moderna para fins ideológicos e políticos - ideologias totalitárias.

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  3. Temos o exemplo de uma jovem que acredita ser uma gata, ou o do brasileiro que alega ser um “sereio”. Há até os “transplanetários”, cujo exemplo recente é o do americano que gastou mais de R$ 150 mil para se parecer um ET.

    https://www.institutoliberal.org.br/blog/sociedade/professora-acredita-ser-uma-transracial/

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